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Conclusões

Tendo em consideração o crescimento das cargas é necessário o investimento em novos equipamentos, deste modo o autoconsumo pode aumentar significativamente a capacidade das redes existentes e, assim, aliviar esse investimento. O autoconsumo contribui para a prevenção de perdas na rede, reduzindo os custos de operação e de manutenção dos vários equipamentos em funcionamento.

 

O autoconsumo apresenta, no entanto, algumas barreiras que se prendem pela falta de clarividência da legislação existente e da estruturação tarifária decidida pelos reguladores nacionais. Esta estruturação vem ao encontro da necessidade de integrar corretamente a geração distribuída e da diminuição na fatura de eletricidade paga ao comercializador. Os consumidores possuidores deste sistema não podem, contudo, ser responsabilizados por uma redistribuição dos custos da rede, uma vez que o autoconsumo apresenta ganhos na eficiência energética.

 

Da análise económica realizada concluiu-se que, para o perfil do consumidor analisado, a instalação do equipamento de autoconsumo de 250 W foi a mais vantajosa. De referir que, na melhor solução, o período de recuperação do investimento foi superior a 13 anos. Este período de retorno é, de certa forma, elevado, o que poderá levar à resistência do consumidor relativamente à instalação do equipamento.

 

Ainda se concluiu que com a instalação de equipamentos de autoconsumo superiores a 500 W obtiveram-se casos sobredimensionados. Nestes casos verificou-se um aumento substancial na energia injetada líquida e um aumento residual nas energias de autoconsumo e de consumo líquido comparativamente com os equipamentos de 200 W e 250 W. Para os casos sobredimensionados verificou-se que a sua instalação não compensaria, uma vez que, com a instalação deste tipo de equipamentos, injetar-se-iam grandes quantidades de energia na rede pública, sendo a mesma remunerada a um valor bem inferior ao preço da eletricidade adquirida.

 

Deste modo, constata-se que, para beneficiar das vantagens que o autoconsumo apresenta, é necessário um projeto rigoroso que permita otimizar a taxa de autoconsumo do sistema, isto é, diminuir a quantidade de excedentes de energia produzida em relação aos consumos efetivos. Os consumidores que possuírem uma UPAC, como estão mais conscientes no que toca aos seus padrões de consumo, contribuem também para a otimização do sistema.

 

Uma forma de solucionar os casos sobredimensionados poderá passar pela instalação de sistemas de autoconsumo com baterias. No caso de necessidade, o sistema consumirá preferencialmente a energia acumulada em baterias e, só depois destas alcançarem o seu limite, recorrer-se-ia à energia proveniente da RESP. Estes sistemas são, portanto, os mais versáteis, pois permitem consumir energia sem que esta tenha de ser produzida no momento.

 

Com base no estudo realizado nesta dissertação, podem-se mencionar algumas sugestões para desenvolvimentos futuros. Assim, seria interessante completar a análise efetuada neste estudo com a inclusão das tarifas bi-horária e tri-horária e integrando o sistema de autoconsumo com baterias. Além disso, também se se poderiam analisar outros consumidores com potências contratadas diferentes.

 

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